quinta-feira, 17 de março de 2011

Eu vou Casarrrrrrrrrrrrrrr

Ela ia se casar! Era incrível. Ela não estava acreditando que aquele dia tinha chegado. Depois de tantas batalhas. Ela teve que brigar com todo mundo por causa daquele que era o homem da sua vida. Apesar de viver numa cidade pequena, houve momentos em que ela parecia uma fera brigando por comida, quando tratava-se de brigar por causa daquele homem. Não podia dar sopa não que a caipirada – que de caipira elas não tinha nada não - logo, feito formiga no açúcar, vinham dar em cima do homem dela.


No dia do casamento a família dela cuidou de tudo na medida do possível. Eles procuraram cuidar de tudo para que o casamento fosse perfeito. Tudo estava muito bem organizado e seria espetacular. No entanto, quando foi à hora de entrar no carro do pai para ir a igreja o velho opalão misteriosamente não deu partida de jeito nenhum. Tentaram fazer pegar no tranco e nada.

Foi aquela loucura.
- E agora como é que nós vamos levar ela para a igreja? Disse um dos irmãos.
- Tem a charrete do seu Cardoso. Disse o outro irmão.

- Mas de charrete não vai dar tempo. Nós só chegaremos lá na igreja depois de meia noite.

- Então, vou falar com o cumpadre Vicente pra ver se ele leva a gente de carro ou empresta o carro dele prá nóis. Disse o pai.

Chegando a casa do Cumpadre Vicente:

- Cumpadre Vicente o senhor pode levar a gente até a igreja lá na cidade?

- Ô cumpadre infelizmente num vô pode ajuda pruquê um dos mininos levô o carro para fazer um serviço lá na cidade e ainda num vortô.

- Ai meu Deus! E agora como eu vou levar a menina na igreja? Vou correndo pedir a charrete do cumpadre Cardoso. Disse o pai.

- Olha cumpadre. Num sei se ajuda ou não, mas pode pegar o meu trator. Acho que ele é um poquinho mais rápido qui os cavalos do cumpadre Cardoso. Só tem um problema. Disse o cumpadre Vicente.

- Qual pobrema cumpadre?

- É que ele sôrta um poco de fumaça! Ele é meio véinho, mas é forte qui nem um toro e rápido qui nem alazão.

- Num tem probrema não cumpadre a minina coloca um lenço no rosto e assim a gente vai chegá lá na igreja rapidinho. Brigado cumpadre! Deus bençoe o senhor! Vô pegá o trator.

Ela chegou na igreja com o rosto e o vestido sujos por causa da fumaça preta que saia do trator. Só a parte da boca e do nariz estavam da cor original da sua pele, graças ao lenço que ela usou para não respirar a fumaça preta.

Aquela sim tinha sido uma chegada forte e de impacto. O casamento dela foi muito comentado pelo povo e certamente não será esquecido tão rápido.


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